The impact of the COVID-19 pandemic on acute coronary syndrome admissions to a tertiary care hospital in Portugal

Rev Port Cardiol. 2022 Feb;41(2):147-152. doi: 10.1016/j.repc.2021.01.007. Epub 2021 Mar 20.
[Article in English, Portuguese]

Abstract

Introduction and objectives: The coronavirus SARS-CoV-2 (COVID-19) pandemic has been an unmatched challenge to global healthcare. Although the majority of patients admitted with acute coronary syndrome (ACS) may not be infected with COVID-19, the quarantine and public health emergency measures may have affected this particular high risk group. The objective of this study is to assess the impact of the early period of the COVID-19 pandemic on ACS admissions and clinical course in a tertiary care hospital in Portugal's most affected region.

Methods: This retrospective, case-control study included patients admitted with a diagnosis of ACS during March and April 2020 (pandemic group) and in the same period in 2019 (control group). Clinical course and complications were also assessed.

Results: During the pandemic, there were fewer ACS admissions but presentation was more severe, with a larger proportion of acute ST-elevation myocardial infarctions (54.9% vs. 38.8%, p=0.047), higher maximum troponin levels and greater prevalence of left ventricular systolic dysfunction at discharge (58.0% vs. 35.0%, p=0.01). In this population, although not statistically significant, it was observed a delay between the onset of symptoms and percutaneous coronary intervention, which may traduce a deferred search for urgent medical care during the pandemic.

Conclusion: The lockdown phase of COVID-19 pandemic was associated with fewer and more severe ACS in a Tertiary Care Hospital in Portugal's most affected region by the pandemic.

Introdução e objetivos: A pandemia pela COVID-19 colocou os sistemas de saúde em todo o mundo sob uma exigência sem precedentes. Apesar de a maioria dos doentes admitidos por síndrome coronária aguda não estar infetada com COVID-19, as medidas de saúde pública instituídas poderão afetar este grupo de risco particularmente elevado. O objetivo deste estudo passa por avaliar o impacto que a fase inicial da pandemia COVID-19 teve na apresentação e evolução clínica de doentes admitidos por síndrome coronária aguda num hospital terciário numa das regiões de Portugal mais afetadas pela pandemia.

Métodos: Este estudo retrospetivo de caso-controlo incluiu doentes admitidos com o diagnóstico de síndrome coronária aguda entre março e abril de 2020 (grupo pandémico) e no mesmo período em 2019 (grupo controlo). Foram recolhidos dados em relação à evolução clínica em regime de internamento e após a alta.

Resultados: Durante o período de pandemia, verificou-se uma diminuição do número de admissões por síndrome coronária aguda bem como apresentações mais graves, registando-se uma maior proporção de enfartes agudos do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (54,9% versus 38,8%, p=0,047), níveis máximos de troponina I mais elevados, e maior prevalência de disfunção sistólica do ventrículo esquerdo à data de alta (58,0% versus 35,0%, p=0,01). Apesar de não se ter atingido valores estatisticamente significativos, observou-se um aumento do intervalo de tempo entre o início de sintomas e a realização de intervenção coronária percutânea, o que poderá traduzir um atraso na procura de cuidados de saúde.

Conclusão: A fase inicial da pandemia COVID-19 associou-se a um menor número e uma maior gravidade de admissões por síndrome coronária aguda num hospital terciário numa das regiões de Portugal mais afetadas pela pandemia.

Keywords: Acute coronary syndrome; COVID-19; Intervenção coronária percutânea; Percutaneous coronary intervention; Public health; Saúde pública; Síndrome coronária aguda.