The endemic plants of Mozambique: diversity and conservation status

PhytoKeys. 2019 Dec 11:136:45-96. doi: 10.3897/phytokeys.136.39020. eCollection 2019.

Abstract

An annotated checklist of the 271 strict-endemic taxa (235 species) and 387 near-endemic taxa (337 species) of vascular plants in Mozambique is provided. Together, these taxa constitute c. 9.3% of the total currently known flora of Mozambique and include five strict-endemic genera (Baptorhachis, Emicocarpus, Gyrodoma, Icuria and Micklethwaitia) and two near-endemic genera (Triceratella and Oligophyton). The mean year of first publication of these taxa is 1959, with a marked increase in description noted following the onset of the two major regional floristic programmes, the "Flora of Tropical East Africa" and "Flora Zambesiaca", and an associated increase in botanical collecting effort. New taxa from Mozambique continue to be described at a significant rate, with 20 novelties described in 2018. Important plant families for endemic and near-endemic taxa include Fabaceae, Rubiaceae and Euphorbiaceae s.s. There is a high congruence between species-rich plant families and endemism with the notable exceptions of the Poaceae, which is the second-most species rich plant family, but outside of the top ten families in terms of endemism, and the Euphorbiaceae, which is the seventh-most species rich plant family, but third in terms of endemism. A wide range of life-forms are represented in the endemic and near-endemic flora, with 49% being herbaceous or having herbaceous forms and 55% being woody or having woody forms. Manica Province is by far the richest locality for near-endemic taxa, highlighting the importance of the cross-border Chimanimani-Nyanga (Manica) Highlands shared with Zimbabwe. A total of 69% of taxa can be assigned to one of four cross-border Centres of Endemism: the Rovuma Centre, the Maputaland Centre sensu lato, and the two mountain blocks, Chimanimani-Nyanga and Mulanje-Namuli-Ribaue. Approximately 50% of taxa have been assessed for their extinction risk and, of these, just over half are globally threatened (57% for strict-endemics), with a further 10% (17% for strict-endemics) currently considered to be Data Deficient, highlighting the urgent need for targeted conservation of Mozambique's unique flora. This dataset will be a key resource for ongoing efforts to identify "Important Plant Areas - IPAs" in Mozambique, and to promote the conservation and sustainable management of these critical sites and species, thus enabling Mozambique to meet its commitments under the Convention on Biological Diversity (CBD).

ResumoApresenta-se a lista das plantas vasculares de Moçambique, que compreende 271 taxa endémicos (235 espécies) e 387 taxa quase-endémicos (337 espécies). Estes taxa constituem cerca de 9,3% da flora total actualmente conhecida em Moçambique e incluem cinco géneros estritamente endémicos (Baptorhachis, Emicocarpus, Gyrodoma, Icuria e Micklethwaitia) e dois géneros quase-endémicos (Triceratella e Oligophyton). O ano médio das primeiras publicações destes taxa é 1959. Um aumento significativo na descrição de espécies novas foi verificado, relacionado com o início de dois projectos regionais, a “Flora of Tropical East Africa” e a “Flora Zambesiaca”, permitindo um esforço maior de colheitas botânicas. Novos taxa têm vindo a ser descritos a um ritmo significativo, com 20 novas espécies descritas em 2018 para a flora de Moçambique. As famílias Fabaceae, Rubiaceae e Euphorbiaceae, incluem importantes taxa endémicos e quase-endémicos. Existe uma estreita relação entre as famílias de plantas com elevado número de espécies e o grau de endemismo, excepção feita às Poaceae, que embora seja a segunda família mais rica em espécies não se posiciona no grupo das dez principais famílias em termos de endemismo. Por outro lado a família Euphorbiaceae, que é a sétima mais rica em espécies, posiciona-se em terceiro lugar quanto ao número de endemismo. A flora endémica apresenta diferentes formas de vida, sendo 49% das espécies herbáceas e 55% lenhosas. A Província de Manica é o local mais rico em taxa quase-endémicos, realçando assim a importância da área transfronteiriça Chimanimani-Nyanga (Manica) entre Moçambique e Zimbabwe. Refira-se ainda que 69% dos taxa encontra-se num dos quatro centros de endemismo transfronteiriços: o Centro do Rovuma, o Centro de Maputaland sensu lato e nas regiões montanhosas de Chimanimani-Nyanga e Mulanje-Namuli-Ribáuè. Cerca de 50% dos taxa foram avaliados quanto ao risco de extinção, estando mais da metade ameaçados globalmente (57% de endemismos) e 10% (17% de endemismos) foram incluídos na categoria Informação Insuficiente (DD), revelando que a maioria das plantas endémicas de Moçambique necessitam de conservação urgente. Este estudo fornece novos dados indispensáveis à identificação das “Áreas Importantes de Plantas – IPAs” em Moçambique, contribuindo ainda para implementar as estratégias de conservação anteriormente estabelecidas pela Convenção sobre a Diversidade Biológica (CBD).

Keywords: IUCN Red List; centre of endemism; checklist; conservation; flora; herbarium; range-restricted.

Grants and funding

Oppenheimer Philanthropies; Stephen and Margaret Lansdown; GBIF Biodiversity Information for Development (BID) fund