[Economic Crisis and Portuguese National Health Service Physicians: Findings from a Descriptive Study of Their Perceptions and Reactions from Health Care Units in the Greater Lisbon Area]

Acta Med Port. 2017 Apr 28;30(4):263-272. doi: 10.20344/amp.7690. Epub 2017 Apr 28.
[Article in Portuguese]

Abstract

Introduction: In Europe, scant scientific evidence exists on the impact of economic crisis on physicians. This study aims at understanding the adjustments made by public sector physicians to the changing conditions, and their perceptions on the market for medical services in the Lisbon metropolitan area.

Material and methods: A random sample of 484 physicians from São José Hospital and health center groups in Cascais and Amadora, to explore their perceptions of the economic crisis, and the changes brought to their workload. This paper provides a descriptive statistical analysis of physicians' responses.

Results: In connection to the crisis, our surveyed physicians perceived an increase in demand but a decrease of supply of public health services, as well as an increase in the supply of health services by the private sector. Damaging government policies for the public sector, and the rise of private services and insurance providers were identified as game changers for the sector. Physicians reported a decrease in public remuneration (- 30.5%) and a small increase of public sector hours. A general reduction in living standard was identified as the main adaptation strategy to the crisis. Passion for the profession, its independence and flexibility, were the most frequently mentioned compensating factors. A percentage of 15% of physicians declared considering migration as a possibility for the near future.

Discussion: The crisis has brought non-negligible changes to physicians' working conditions and to the wider market for medical services in Portugal.

Conclusion: The physicians' intrinsic motivation for the professions helped counterbalance salary cuts and deteriorating working conditions.

Introdução: Na Europa, a evidência sobre o impacto da crise económica nos médicos ainda é escassa. Este estudo explora perceções, opiniões e estratégias de adaptação à crise económica por parte de médicos do setor público na área da Grande Lisboa em Portugal. Material e Métodos: Um inquérito foi aplicado a 484 médicos, selecionados aleatoriamente, no Hospital de São José de Lisboa (n = 302) e nos agrupamentos de centros de saúde primários de Cascais (n = 96) e Amadora (n = 86). Este trabalho baseia-se na análise estatística descritiva das respostas dadas pelos médicos inquiridos sobre as suas perceções do impacto da crise económica no mercado de serviços médicos (n = 484), das mudanças introduzidas no seu trabalho nos setores público (n = 346) e privado (n = 187), e nas suas intenções de migrar (n = 482). Resultados: Os médicos inquiridos percepcionaram um aumento da procura dos serviços, mas também uma redução de serviços oferecidos no público, relacionando estas situações com a crise e com um aumento da oferta no setor privado. Os médicos reportaram uma diminuição de salário no setor público (- 30,5%), e um ligeiro aumento no número de horas de trabalho semanal neste setor (+ 2 horas). As respostas indicaram que a mediana das horas de trabalho e rendimentos no privado mantiveram-se constantes entre 2010 e 2015 (16 horas e €2000 mensais). O ajustamento no estilo de vida foi reportado como a principal consequência da crise. O gosto pela profissão médica, a independência e a flexibilidade do trabalho foram os fatores de alívio mais mencionados. Uma percentagem de 15% dos médicos inquiridos declarou considerar a emigração como uma opção para o futuro. Discussão: Segundo os médicos inquiridos, a crise trouxe mudanças importantes nas suas condições de trabalho e no mercado dos serviços médicos. Conclusão: À redução salarial e às piores condições de trabalho, correspondeu uma resposta baseada na motivação intrínseca da profissão.

MeSH terms

  • Adult
  • Aged
  • Economic Recession*
  • Female
  • Humans
  • Male
  • Middle Aged
  • National Health Programs / economics*
  • Portugal
  • Young Adult