Acute Ischemic Stroke on Cancer Patients, a Distinct Etiology? A Case-Control Study

Acta Med Port. 2015 Sep-Oct;28(5):613-8. doi: 10.20344/amp.6156. Epub 2015 Oct 30.

Abstract

Introduction: It is still unclear whether the etiology of ischemic stroke differs between cancer and non-cancer patients. Stroke and cancer share common modifiable risk factors but evidence suggests that cancer patients have specific conditions that increase the risk of stroke. Our goal was to compare the etiology of ischemic stroke in cancer and non-cancer patients.

Material and methods: Case-control study conducted in patients admitted to a stroke unit between January 2007 and December 2012. Cases had a concomitant diagnosis of cancer and acute ischemic stroke, controls of only stroke. Age, gender, vascular risk factors and etiology were compared between groups.

Results: Fifty-six cases were identified; 64.3% were men with a mean age of 71 years; 21 patients had evidence of active cancer. Gastrointestinal cancer (25.9%) was the most common; 151 controls were included matched for gender and age. Common modifiable vascular risk factors, between groups (cases versus controls) were not significantly different, except for diabetes mellitus, more frequent in the control group (16.1% vs 33.8%, p = 0.02). Previous thrombotic events were more frequent in the cancer cohort (8.9% vs 0.7%, p = 0.007). Other determined etiology subtype (TOAST classification) was more frequent in cancer patients when compared to controls (13.0% vs 0.8%, p < 0.01), and a hypercoagulable state was significantly more prevalent in active cancer patients.

Discussion: In our case-control study two subsets of cancer patients were delineated. In a subgroup, cancer and stroke co-exist, sharing traditional vascular risk factors. In another subset of patients, stroke appears to be directly related to the presence of a malignancy, where hypercoagulopathy turns out to be a decisive mechanism.

Conclusion: In clinical grounds, hypercoagulopathy as stroke etiology should prompt the physician to screen the patient for occult cancer.

Introdução: Actualmente ainda não se encontra claramente definido se a etiologia do acidente vascular cerebral isquémico agudo difere entre doentes com e sem cancro. O acidente vascular cerebral isquémico e o cancro apresentam factores de risco comuns. No entanto, a literatura sugere que os doentes com cancro apresentam condições específicas que aumentam o risco de acidente vascular cerebral. O nosso objectivo foi comparar a etiologia do acidente vascular cerebral isquémico entre doentes com cancro e sem cancro. Material e Métodos: Estudo de caso-controlo realizado em doentes internados numa Unidade de acidente vascular cerebral entre Janeiro de 2007 e Dezembro de 2012. Os casos foram definidos como doentes com o diagnóstico concomitante de acidente vascular cerebral isquémico agudo e cancro; os controlos apenas com o diagnóstico de acidente vascular cerebral. Foram comparados entre os grupos: idade, género, factores de risco vasculares e etiologia do acidente vascular cerebral. Resultados: Foram identificados 56 casos, 64,3% do género masculino, com idade média de 71 anos; 21 doentes apresentavam doença neoplásica activa. O cancro gastrointestinal (25,9%) foi o mais frequente. Foram incluídos 151 controlos, emparelhados para a idade e género. A comparação dos factores de risco vasculares entre casos e controlos não revelou diferenças estatisticamente significativas, excepto para a diabetes mellitus, mais frequente no grupo de controlo (16,1% vs 33,8%, p = 0,02). A presença de história de eventos trombóticos prévios foi mais frequente na coorte de doentes com doença neoplásica (8,9% vs 0,7%, p = 0,007). O subtipo de etiologia do acidente vascular cerebral (classificação TOAST) âoutra etiologiaâ foi mais frequente nos doentes com cancro (13,04% vs 0,83%, p < 0,01), e a presença de um estado pró-trombótico foi mais frequente nos doentes com neoplasia activa.Discussão: Os resultados obtidos no nosso estudo permitiram definir dois subgrupos de casos. Num subgrupo de doentes, o cancro e o acidente vascular cerebral isquémico co-existiram e partilharam factores de risco. No segundo subgrupo de casos, o acidente vascular cerebral pareceu estar directamente relacionado com a doença neoplásica. O estado pró-trombótico constitui um mecanismo fundamental para a fisiopatogénese do acidente vascular cerebral isquémico. Conclusão: Na práctica clínica, a identificação de hipercoagulabilidade como etiologia do acidente vascular cerebral deve alertar o médico para a pesquisa de uma doença neoplásica oculta.

MeSH terms

  • Aged
  • Brain Ischemia
  • Case-Control Studies
  • Female
  • Humans
  • Male
  • Neoplasms / complications*
  • Risk Factors
  • Stroke / complications*