[Urinary tract infections in a cohort of kidney transplant recipients]

Acta Med Port. 2014 May-Jun;27(3):364-71. Epub 2014 Jun 30.
[Article in Portuguese]

Abstract

Introduction: Urinary tract infection is the most common infectious complication following renal transplantation and its frequency is insufficiently studied in Portugal. The aim of this study was to characterize the incidence of urinary tract infections and recurrent urinary tract infections in renal transplant recipients.

Material and methods: This was a retrospective cohort observational study, obtained from clinical files of all patients who received a renal transplant at the Hospital of Santa Cruz, from January 2004 to December 2005, with a mean follow-up period of five years or until date of graft loss, death or loss of follow-up. After a descriptive analysis of the population, we used bivariate tests to identify risk factors for urinary tract infections.

Results: A total of 127 patients were included, with a 593 patients.year follow-up. We detected 53 patients (41.7%) presenting with at least one episode of urinary tract infection; 21 patients (16.5%) had recurrent urinary tract infection. Female gender was the only risk factor associated with the occurrence of urinary tract infections (p < 0.001, OR = 7.08, RR = 2.95) and recurrent urinary tract infections (p < 0.001, OR = 4.66, RR = 2.83). Escherichia coli (51.6%), Klebsiella pneumoniae (15.5%) and Enterobacter spp (9.9%) were the most frequently identified pathogens. Patients did not reveal an increased mortality or allograft loss. However, urinary tract infections were the most important cause of hospital admissions.

Discussion: Female gender was the only risk factor for urinary tract infections in this population. Escherichia coli was the most frequent agent isolated.

Conclusion: Despite preventive measures, urinary tract infections remain an important cause of morbidity and hospital admissions.

Introdução: A infeção do trato urinário é a complicação infeciosa mais comum no período pós transplante renal, estando a sua frequência pouco caracterizada na população portuguesa. Este trabalho teve como objetivo determinar a incidência de infeções do trato urinário e infeções do trato urinário recorrentes em transplantados renais. Material e Métodos: Tratou-se de um estudo observacional de coorte retrospetiva, com consulta dos processos clínicos de doentes transplantados entre Janeiro de 2004 e Dezembro de 2005, no Hospital de Santa Cruz, com seguimento durante cinco anos ou até à data de perda de enxerto, morte ou perda de follow-up. Após uma análise descritiva da população, utilizámos testes bivariados para identificação de fatores associados a infeções do trato urinário. Resultados: Em 127 doentes incluídos com seguimento de 593 doentes/ ano, 53 (41,7%) tiveram pelo menos um episódio de infeção do trato urinário e 21 (16,5%) tiveram infeções do trato urinário recorrentes. O género feminino foi o único fator associado com ocorrência de infeções do trato urinário (p < 0,001, OR = 7,08, RR = 2,95) e infeções do trato urinário recorrentes (p < 0,001, OR = 4,66, RR = 2,83). Os agentes etiológicos mais frequentes foram Escherichia coli (51,6%), Klebsiella pneumoniae (15,5%) e Enterobacter spp (9,9%). As infeções do trato urinário não causaram aumento de mortalidade ou perda de enxerto, mas foram a principal causa de internamentos hospitalares. Discussão: Na nossa população, apenas o género feminino foi identificado como fator de risco para o desenvolvimento de infeções do trato urinário, recorrentes ou não. Escherichia coli foi o agente etiológico mais frequente. Conclusão: Apesar das medidas preventivas adotadas, as infeções do trato urinário continuam a ser uma importante causa de morbilidade e de internamentos hospitalares.

Publication types

  • English Abstract
  • Observational Study

MeSH terms

  • Adult
  • Cohort Studies
  • Female
  • Humans
  • Incidence
  • Kidney Transplantation*
  • Male
  • Middle Aged
  • Postoperative Complications / epidemiology*
  • Retrospective Studies
  • Risk Factors
  • Urinary Tract Infections / epidemiology*